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Anônimo, mulher, branca, bissexual, 26, PE

eu estava em um BRT quase chegando na integração, e comecei a ouvir um bate boca na parte de trás do veículo. Ouvia uns homens gritando que “Bolsonaro ia matar os gays todos”. Eles estavam gritando isso com duas pessoas LGBTs que estava sentadas. A discussão foi ficando mais tensa até que eles começaram a…

eu estava em um BRT quase chegando na integração, e comecei a ouvir um bate boca na parte de trás do veículo. Ouvia uns homens gritando que “Bolsonaro ia matar os gays todos”. Eles estavam gritando isso com duas pessoas LGBTs que estava sentadas. A discussão foi ficando mais tensa até que eles começaram a agredir as pessoas, com tapas e socos. No momento em que o BRT chegou na integração e abriu a porta, todos os passageiros, inclusive eu (que já tava ligando pra polícia antes mesmo de descer), saímos correndo para evitar apanhar também. Os agressores estavam muito violentos, um deles fazia uma chave de braço em uma das vítimas, e quando a outra tentou separá-los, levou socos e chutes. Ainda apareceu um cara com uma arma dando tiro pra cima (como se isso ajudasse de alguma forma). A polícia chegou e prendeu os agressores homofóbicos, mas eu não consegui ver o que aconteceu com as vítimas. Quando peguei o meu ônibus dentro da integração, depois que tudo isso tinha acontecido, me sentei à janela. Um menino de uns 10 anos aproximadamente, chegou junto para ver os agressores, que já estavam algemados sob custódia da polícia. Ele gritou “esses bandidos têm que morrer mesmo! Bolsonaro vai matar eles!”, e eu não sei como consegui manter a calma para conversar com ele, e explicar que quem mata bandido vira assassino. Fiquei muito perplexa como é fácil, e extremamente perigosa a disseminação do discurso de ódio, e o quanto as futuras já estão sendo afetadas por isso.